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Denise Britto - Publicado em 11-02-2020 13:00
Projeto Visitas Orientadas à Trilha da Natureza busca apoio cultural
Projeto busca recursos para custeio de materiais e transporte de visitantes (Foto: Divulgação)
Projeto busca recursos para custeio de materiais e transporte de visitantes (Foto: Divulgação)
O projeto de extensão "Visitas Orientadas à Trilha da Natureza" da UFSCar foi habilitado a receber apoio cultural em recursos financeiros via Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Cultural (FAI) da Universidade. O projeto desenvolve atividades de educação ambiental tendo como ação principal a realização de visitas guiadas ao Cerrado da Universidade, buscando a sensibilização dos visitantes sobre a importância do fragmento remanescente no campus universitário, no contexto da conservação desse bioma como um todo. Os recursos recebidos via apoio cultural serão utilizados para o custeio de materiais e auxílio no transporte de estudantes de escolas públicas e de entidades assistenciais.

"A redução dos orçamentos das prefeituras e universidades para suporte a projetos fez com que houvesse uma queda no número de visitas de escolas públicas entre 2017 a 2019 à 'Trilha da Natureza'. Assim, gostaríamos de arrecadar recursos para poder apoiar essas visitas", afirma a bióloga do Departamento de Apoio à Educação Ambiental (DeAEA) da Instituição, Liane Biehl Printes, coordenadora do projeto.

Os registros desde 2017 indicam, somente em atividades organizadas pela UFSCar, uma média de 45 visitas por ano, atendendo em torno de 1.400 pessoas anualmente entre visitas agendadas e abertas à comunidade. Além disso, por meio dos agendamentos feitos pelo Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC) da Universidade de São Paulo (USP) - um dos parceiros do projeto -, a "Trilha da Natureza" tem cerca de 17 visitas por ano, com cerca de 670 participantes.

De acordo com a coordenadora, essas atividades são uma oportunidade de conhecer, com riqueza de detalhes, um ambiente muito ameaçado - como é o Cerrado - que o Campus São Carlos da UFSCar tem o privilégio de abrigar. "Esse processo leva a uma maior sensibilização dos participantes para a importância da conservação de áreas naturais e vai além, pois frequentemente ao longo das visitas surgem conversas e reflexões sobre questões ambientais e sociais. Outro ponto importante a ser destacado é que participar dessas ações contribui para melhora da qualidade de vida da comunidade", defende. O projeto também gera impacto na formação acadêmica, profissional e pessoal de estudantes e outras pessoas que atuam na monitoria das atividades. "Recebemos bolsistas e voluntários de todas as áreas do conhecimento, o que permite uma troca de saberes muito rica", afirma Printes.

Dinâmica das visitas
Uma visita regular realizada pela "Trilha da Natureza" leva em torno de duas horas e inclui uma roda de conversa para apresentação de monitores, participantes e do próprio projeto. "Ao longo do caminho fazemos algumas paradas para chamar a atenção sobre aspectos específicos do ambiente - características físicas, fisionomia, espécies, etc. No decorrer da trilha também há muita interação entre todos os participantes. Costumamos encerrar cada visita com uma dinâmica de silêncio e percepção do ambiente e com um bate papo final", descreve a bióloga da UFSCar.

Ela conta que "por vezes também somos contemplados com o avistamento de aves e pequenos mamíferos. Somos surpreendidos pela variedade de insetos e outros pequenos animais ao longo do caminho. O ambiente é muito dinâmico, seu aspecto e elementos variam de acordo com a época do ano, a hora e as condições do dia. Assim, uma experiência na trilha jamais será igual a outra!".

O público que se interessa pela atividade é bastante diverso. "Temos desde visitas agendadas por escolas e universidades - públicas e particulares - até organizações não governamentais, grupos religiosos e empresas. Nas visitas abertas, recebemos muitos integrantes da comunidade acadêmica e também da comunidade externa. As idades variam desde crianças pequenas, de 4 a 5 anos, trazidas pelos pais até o público mais idoso - acima dos 65 anos - de forma independente ou acompanhado por familiares", afirma a coordenadora do projeto. Todas as visitas são gratuitas.

Doações
As doações em dinheiro serão utilizadas para reposição e aquisição de materiais usados nas visitas (como lanternas, pilhas e baterias e equipamentos de proteção), além da possível aquisição de binóculos e outros equipamentos que podem refinar as experiências na trilha. Conforme os recursos obtidos na campanha, a equipe do "Trilha da Natureza" também espera colaborar no transporte de estudantes e demais visitantes de instituições assistenciais.

As doações podem ser feitas por meio do site da FAI.UFSCar, através deste link. Qualquer pessoa física ou jurídica pode doar; o valor mínimo é de R$ 10. Mais informações pelo e-mail deaea@ufscar.br ou pelo telefone (16) 3306-6462.

História
O projeto de extensão "Visitas Orientadas à Trilha da Natureza" da UFSCar nasceu em 1986, a partir da ideia de um grupo de professores do antigo Departamento de Ciências Biológicas de planejar uma trilha interpretativa na área do Cerrado da Universidade. No entanto, o "Trilha da Natureza" só foi inaugurado em 10 de abril 1992. Desde 2014, é coordenado pelo DeAEA da Secretaria Geral de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (SGAS) e tem a participação do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm) e apoio da Pró-Reitoria de Extensão (ProEx), todos da UFSCar. Como instituição parceira, conta com o CDCC/USP, responsável pela condução da maioria das visitas escolares do Ensino Fundamental II e Ensino Médio.

Em 2014, o projeto passou a ofertar as visitas abertas à comunidade, que têm o intuito de levar pessoas a conhecerem o Cerrado da UFSCar. "Além disso, desde 2018, oferecemos algumas atividades culturais - em parceria com outros grupos - que inclui a promoção de saraus artísticos, rodas de conversas, práticas de ioga, meditação e capoeira. São ações que contribuem para uma maior interação entre a comunidade e o remanescente de Cerrado da UFSCar e para a melhoria da qualidade de vida", conclui Liane Printes.

Mais informações estão no site do DeAEA e na página do projeto no Facebook.