Notícia

Gisele Bicaletto - Publicado em 21-07-2020 13:00
Terapia Ocupacional da USE promove atendimentos remotos na pandemia
Atividade em grupo com pacientes, docente e alunas do projeto (Foto: Gisele Paiva)
Atividade em grupo com pacientes, docente e alunas do projeto (Foto: Gisele Paiva)
Um projeto de extensão desenvolvido na Unidade Saúde Escola (USE) da UFSCar promove ações remotas para manter o atendimento a pacientes da Terapia Ocupacional em Disfunção Física do Adulto (TODF), mesmo diante da pandemia de Covid-19. Desde o início da pandemia, já foram realizados mais de 170 atendimentos individuais, além de encontros em grupo também a distância.

O projeto de extensão "Educação em saúde e orientações de Terapia Ocupacional a pacientes com disfunções físicas durante o período de isolamento social devido à pandemia da Covid-19" é coordenado pela professora Gisele Paiva, do Departamento de Terapia Ocupacional (DTO) da UFSCar. A equipe de trabalho conta com a professora Jaqueline Denubila Costa, do DTO, e mais 13 estudantes da graduação.

Devido às medidas protetivas recomendadas frente à pandemia do novo Coronavírus, o atendimento presencial aos usuários da USE foi suspenso desde o mês março. Paralelamente, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) permitiu que, enquanto durar o isolamento social, o atendimento não presencial de Terapia Ocupacional e Fisioterapia pode ser realizado nas modalidades de teleconsulta, teleconsultoria e telemonitoramento.

Considerando a grande demanda de pacientes com disfunções físicas junto à USE e o fato de que, muitas vezes, eles integram grupos de risco da Covid-19, o projeto de extensão foi iniciado para dar suporte remoto terapêutico ocupacional a esses indivíduos. As ações visam à melhoria da qualidade de vida, ao cuidado das lesões e ao apoio no enfrentamento do isolamento social.

Atendimentos
Os pacientes contemplados pelo cuidado remoto são adultos e idosos que apresentam disfunções físicas e que já estavam em atendimento ou nas listas de acolhimento de TODF da USE. O acompanhamento remoto é realizado semanalmente, de forma individualizada, de acordo com cada caso, e também há encontros em grupo. A equipe faz um primeiro contato telefônico para coletar informações prévias sobre as condições de saúde do usuário e seus familiares, inclusive com questões relacionadas ao enfrentamento da situação atual e a mudanças de hábitos e de rotina. Os pacientes também recebem três cartilhas com orientações de TO para lesões nas mãos e membros superiores, lesões neurológicas e doenças reumáticas.

O segundo contato esclarece possíveis dúvidas e oferece novas orientações. De acordo com a professora Gisele Paiva, caso o paciente apresente alguma queixa que demande cuidado ampliado, são agendadas chamadas de vídeo, para intervenção de telemonitoramento semanal.

"O principal objetivo do trabalho neste momento de isolamento social e pandemia é alcançar essa população que está temporariamente sem o cuidado presencial e, mesmo remotamente, acompanhar e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, por meio de ações educativas e de reabilitação", afirma a coordenadora do projeto.

Até o momento, foram atendidos 68 pacientes adultos e idosos com disfunções físicas. Também foi possível registrar 175 atendimentos individuais, além de atendimentos em grupo com três usuários com doenças reumatológicas ou síndromes compressivas.

Apesar das dificuldades para colocar as ações em prática, de acordo com Paiva o projeto tem possibilitado um bom acompanhamento dos pacientes e a manutenção dos cuidados necessários em cada caso. A professora acredita que o trabalho também tem sido um diferencial na formação dos futuros profissionais. "Para os alunos envolvidos, a atividade de extensão exige uma participação ativa para a construção dessa prática no contexto de pandemia e isolamento social, em um momento único de aprendizagem sobre teleatendimento e sobre o exercício ético da Terapia Ocupacional", conclui.