Notícia
Mariana Pezzo
- Publicado em
15-05-2017
13:00
Black Mirror assombra e instiga reflexões sobre desafios da Humanidade
Os episódios da série Black Mirror vêm sendo recebidos com perplexidade e assombro e instigam debates em vários espaços. Um desses debates acontece em Sorocaba nesta quarta-feira, 17 de maio, na programação do Pint of Science, festival internacional de divulgação científica que acontece de 15 a 17 de maio em três bares da cidade: "Depois Bar e Arte", "New York Bar 41" e "Venda Dona Noêmia". O debate intitulado "Humanos em tempo de demasiada pós-humanidade ou por que assistimos Black Mirror?" acontece no Depois Bar e Arte, a partir das 19h30, com a apresentação de Viviane Melo de Mendonça, do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE) da UFSCar.
A pesquisadora da UFSCar conta que a proposta é iniciar uma conversa sobre alguns conceitos que têm sido desenvolvidos pelas ciências e a Filosofia nas últimas décadas, como os de "pós-humano", "não humano" e "transhumano", e sobre como esses conceitos estão representados na cultura, nas mídias e na arte atualmente, incluindo as séries e outras produções de TV e, assim, Black Mirror. "Eu considero que essas representações nos fazem pensar sobre os desafios da Humanidade em termos éticos, afetivos e políticos, bem como tem nos provocado a re-pensar a própria concepção do que é o 'humano' na contemporaneidade, diante dos avanços tecnológicos, da cibernética, da Internet, das redes sociais e outras mídias, bem como das novas tecnologias reprodutivas e genéticas", adianta a professora.
Viviane Melo de Mendonça é graduada e mestre em Psicologia, com o doutorado na área da Educação. Ela coordena o Núcleo de Estudos de Gênero e Diversidade Sexual e também participa do Núcleo de Estudos e Pesquisas Tecnologia, Cultura e Sociedade. A professora conta que foi durante a pesquisa na pós-graduação, ao se interessar por estudos sobre as experiências vividas por adolescentes e jovens na sociedade contemporânea e na arte e sobre culturas juvenis, que os temas de corpo, gênero e sexualidade surgiram como categorias fundamentais de análise. "Isto fez eu me aprofundar nos estudos e epistemologias feministas para a compreensão da sociedade e da condição humana. E tem sido este o meu interesse nos últimos anos, ao fazer estudos e orientar projetos de pesquisa sobre gênero, sexualidade, diversidade sexual, com ênfase em temas como memória, educação, corpo e afeto, tecnologias e sujeito contemporâneo", diz ela.
Mendonça conta também que sempre se interessou pelo caráter instigador e provocador da Ciência para produção de conhecimento e pela sua relevância social e política. E, nesse sentido, destaca a importância do Pint of Science. "A divulgação da Ciência deve ultrapassar as fronteiras da universidade, dos congressos e de conferências, que nem sempre são acessíveis para a maior parte da população, infelizmente. Assim, penso que devemos manter e ampliar sempre as possibilidades de ações como a do Pint of Science, seja no bar, nas escolas, nas praças, nas ruas, nos espaços comunitários, e cumprir o dever da Ciência com o conhecimento, com a ética e com uma sociedade mais justa e igualitária", conclui.
Serviço
Pint (pronuncia-se "páint") é o nome dado a um tradicional copo de cerveja, cuja capacidade varia de país para país, mas fica sempre próxima a meio litro. O festival Pint of Science nasceu em 2013, na Inglaterra, sendo realizado no Brasil pela primeira vez em 2015, em São Carlos, pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP). Em 2016, foram seis os municípios brasileiros participantes, número que neste ano chega a 22 e passa a incluir Sorocaba, que assim se une a mais de 100 outras cidades em 11 países.
Além de Viviane Melo de Mendonça, que conversa com o público na quarta-feira, outros 12 convidados participarão da edição sorocabana do Pint of Science. A entrada em todos os eventos é gratuita, devendo os participantes arcarem apenas com o que consumirem. A programação completa pode ser conferida no site do Pint of Science Brasil, onde também estão os eventos de São Carlos, cidade em que o festival mais uma vez conta com a participação e o apoio da UFSCar.
Em Sorocaba, a coordenação local é da UFSCar, sob a liderança de Ana Claudia Lessinger, docente do Departamento de Biologia (DBio). O patrocínio local é da Cervejaria Bamberg e da loja Mestre Cervejeiro, além do apoio da Turismo Práxis Júnior (Empresa Júnior do curso de Turismo do Campus Sorocaba), do DBio e do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas Noturno do Campus. As novidades podem ser acompanhadas também no Facebook.
A pesquisadora da UFSCar conta que a proposta é iniciar uma conversa sobre alguns conceitos que têm sido desenvolvidos pelas ciências e a Filosofia nas últimas décadas, como os de "pós-humano", "não humano" e "transhumano", e sobre como esses conceitos estão representados na cultura, nas mídias e na arte atualmente, incluindo as séries e outras produções de TV e, assim, Black Mirror. "Eu considero que essas representações nos fazem pensar sobre os desafios da Humanidade em termos éticos, afetivos e políticos, bem como tem nos provocado a re-pensar a própria concepção do que é o 'humano' na contemporaneidade, diante dos avanços tecnológicos, da cibernética, da Internet, das redes sociais e outras mídias, bem como das novas tecnologias reprodutivas e genéticas", adianta a professora.
Viviane Melo de Mendonça é graduada e mestre em Psicologia, com o doutorado na área da Educação. Ela coordena o Núcleo de Estudos de Gênero e Diversidade Sexual e também participa do Núcleo de Estudos e Pesquisas Tecnologia, Cultura e Sociedade. A professora conta que foi durante a pesquisa na pós-graduação, ao se interessar por estudos sobre as experiências vividas por adolescentes e jovens na sociedade contemporânea e na arte e sobre culturas juvenis, que os temas de corpo, gênero e sexualidade surgiram como categorias fundamentais de análise. "Isto fez eu me aprofundar nos estudos e epistemologias feministas para a compreensão da sociedade e da condição humana. E tem sido este o meu interesse nos últimos anos, ao fazer estudos e orientar projetos de pesquisa sobre gênero, sexualidade, diversidade sexual, com ênfase em temas como memória, educação, corpo e afeto, tecnologias e sujeito contemporâneo", diz ela.
Mendonça conta também que sempre se interessou pelo caráter instigador e provocador da Ciência para produção de conhecimento e pela sua relevância social e política. E, nesse sentido, destaca a importância do Pint of Science. "A divulgação da Ciência deve ultrapassar as fronteiras da universidade, dos congressos e de conferências, que nem sempre são acessíveis para a maior parte da população, infelizmente. Assim, penso que devemos manter e ampliar sempre as possibilidades de ações como a do Pint of Science, seja no bar, nas escolas, nas praças, nas ruas, nos espaços comunitários, e cumprir o dever da Ciência com o conhecimento, com a ética e com uma sociedade mais justa e igualitária", conclui.
Serviço
Pint (pronuncia-se "páint") é o nome dado a um tradicional copo de cerveja, cuja capacidade varia de país para país, mas fica sempre próxima a meio litro. O festival Pint of Science nasceu em 2013, na Inglaterra, sendo realizado no Brasil pela primeira vez em 2015, em São Carlos, pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP). Em 2016, foram seis os municípios brasileiros participantes, número que neste ano chega a 22 e passa a incluir Sorocaba, que assim se une a mais de 100 outras cidades em 11 países.
Além de Viviane Melo de Mendonça, que conversa com o público na quarta-feira, outros 12 convidados participarão da edição sorocabana do Pint of Science. A entrada em todos os eventos é gratuita, devendo os participantes arcarem apenas com o que consumirem. A programação completa pode ser conferida no site do Pint of Science Brasil, onde também estão os eventos de São Carlos, cidade em que o festival mais uma vez conta com a participação e o apoio da UFSCar.
Em Sorocaba, a coordenação local é da UFSCar, sob a liderança de Ana Claudia Lessinger, docente do Departamento de Biologia (DBio). O patrocínio local é da Cervejaria Bamberg e da loja Mestre Cervejeiro, além do apoio da Turismo Práxis Júnior (Empresa Júnior do curso de Turismo do Campus Sorocaba), do DBio e do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas Noturno do Campus. As novidades podem ser acompanhadas também no Facebook.